No caminho que venho trilhando, cheguei a uma conclusão básica: o problema do sofrimento está no Ego. Não porque eu tenha aprendido que ser egoísta é feio e ser boazinha me faz ser muito mais amada pelos outros... Na verdade enquanto estamos percebendo o mundo como alguém separado dele, não faz muita diferença se somos egoístas ou altruísas.
Os seres têm uma
experiência no mundo orientada pelo sofrimento e de uma forma mais
consciente ou menos consciente eles buscam ações para aliviar essa
sensação. Geralmente essas ações não funcionam porque os levam a novas experiências de sofrimentos. Para nós
seres humanos existe fortemente o Ego. Ele é o artifício que usamos
para nos manter numa percepção de que existe um “eu”
separado do “resto”. É uma percepção separatista entre
“observador” e o “objeto observado”, entre a “pessoas que
pensa” e o “mundo”. É uma visão dual.
Sendo assim o objetivo final do
budismo será nada mais que uma mudança de percepção. Ele vai dar
ferramentas para que consigamos nos perceber inseparados do mundo. Isso seria a liberação. Na verdade, só conseguimos atingir essa liberação se estivermos completamente desprovidos de ego, de sentimento de "EU".
Bom, a conclusão final é que devemos sim ser mais altruístas e cada vez mais. Aliás usar todas as técnicas e ferramentas acessíveis para nos livrarmos do ego e do apego ao "eu". Para mim, o budismo tibetano é um baú cheio dessas ferramentas exclusivas que você pode escolher a forma, o tamanho ir trocando e exercitando de maneira bem completa! Até que você se acostume à percepão inseparável do mundo e isso passa a ser uma realidade, neste momento então, não precisaremos mais do baú, nem do budismo e muito menos do "EU" - que não existe.
Ilustração: Júlia Beck |
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